Wikipedia

Resultados da pesquisa

quarta-feira, 18 de maio de 2016

MARX, LEITOR DE DEMÓCRITO E EPICURO

Apresento um artigo da internet que trata de Marx como comentador e leitor de Epicuro e Demócrito, além de outras figuras da filosofia helênica e romana.

Resumo
 O artigo pretende apresentar a leitura que Marx faz da filosofia da natureza de Epicuro, na qual ele destaca o princípio da auto-consciência como sendo o elemento central do pensamento epicurista, elemento que o distingue do atomismo mecanicista de Demócrito, na medida em que permite pensar a liberdade humana, facultando o trânsito da física è ética. Ao analisar a filosofia de Epicuro, ao mesmo tempo que o qualifica como o grande iluminista da Antiguidade, Marx já indica os limites de uma concepção atomística dos indivíduos e de uma liberdade do indivíduo singular abstrato.




MARX, LEITOR DE DEMÓCRITO E EPICURO, por Ana Selva Castelo Branco Albinati
http://www.verinotio.org/conteudo/0.33355757997703.pdf

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Plutarco sobre o encontro de Diógenes e Alexandre

''Os Gregos estavam reunidos no istmo e haviam resolvido, com um decreto, que se agregariam a Alexandre , na guerra contra os Persas. Alexandre foi nomeado chefe da expedição, e recebeu as visitas de uma multidão de estadistas e filósofos, que iam felicitá-lo pela escolha dos Gregos. Ele esperava que Diógenes de Sinope, que vivia em Corinto, fizesse outro tanto. Mas, como Diógenes mostrasse que absolutamente não se preocupasse come ele, ficando tranquilo no Cranium, foi ele mesmo visitá-lo. Diógenes estava deitado ao sol. E quando viu chegar uma multidão tão grande que o procurava, levantou-se um poco e fixou o olhar em Alexandre. Alexandre cumprimenta-o, e pergunta-lhe se precisa de alguma coisa: ''sim - responde Diógenes - afasta-te um pouco de meu sol''. Essa resposta - dizem - impressionou vivamente Alexandre. O desprezo que lhe mostrou Diógenes inspirou-lhe uma alta ideia da grandeza de alma deste homem; e na volta, ouvindo seus oficiais zombar de Diógenes: ''Para mim - disse - se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes.''
Plutarco, Alexandre, em Vidas Comparadas.
Na imagem, Diógenes e Alexandre, por Edwin Henry.

História da filosofia pagã

História da filosofia pagã antiga, de Giovanni Reale.
Este é um manual da história da filosofia pagã antiga, ou seja, a filosofia grega e romana. Compreende a filosofia antiga, dos pré-socráticos, Platão, Aristóteles, filosofia helenística e romana.
Este é um livro de história da filosofia que merece ter certo destaque, pois trata de correntes filosóficas que não são geralmente tratadas por comentadores em português.
Giovanni Reale foi um filosofo e historiador da filosofia antiga, tendo destaque pelas suas leituras de Platão, em que advoga a leitura de Platão como uma justificação racional para um religião.
O livro é editado pela Editora Paulus, e seu pdf é facilmente encontrado na internet.  
Link do livro: http://www.paulus.com.br/loja/historia-da-filosofia-volume-1-filosofia-paga-antiga_p_1333.html

Objetivos do blog

A filosofia tem milênios de história, alguns dizem 2500 anos, eu penso que a filosofia é anterior a isso. Penso que a filosofia nasceu junto com a linguagem, pois a filosofia é o ato do livre pensar e da interpretação do mundo pela razão. 
Dentro da filosofia existem diversas indagações que levam o desenvolvimento de teorias e correntes filosóficas, algumas parecidas, outras bem diferentes. Elas tentar explicar o mundo por arcabouços teóricos, com argumentação e imaginação, tentam convencer o interlocutor que sua visão sobre a natureza das coisas é o mais próximo da real natureza das coisas. 
Desta forma, existem as mais diversas filosofias e formas de argumentar. 
O blog abordará um período na história da filosofia ocidental chamado "helenística", em que está dentro do período helênico. Esse período tem o inicio na expansão grega para o oriente e para o norte da África com o império macedônico, com as conquistas de Alexandre, o grande. A cultura helênica é o sincretismo cultural da cultura grega com outros povos, movimento que resulta depois do domínio grego do ocidente, e se prolonga para o norte da África, a Anatólia (Ásia menor) e para Roma. 
As correntes filosóficas do helenismo são diversas. Além das grandes escolas filosóficas da época, como a Academia de Platão e os peripatéticos (os discípulos de Aristóteles) existe o que se chama de "socráticos menores", são discípulos de Sócrates que levaram ao extremo sua filosofia.
Os "socráticos menores" são os cirenaicos, os megáricos, os cínicos, os estoicos, os epicuristas e os céticos. 
O blog será focado nos chamados "socráticos menores". Uma característica comum a todos é o fato que a especulação filosófica dá lugar para a prática filosófica, ou seja, a filosofia deixa de ter um caráter contemplativo e passar a ter um caráter prático, além da relação do conhecimento com a virtude. 
Os mais radicais nesse sentido são os cínicos, negando qualquer tipo de raciocínio contemplativo e somente vivendo para a vida prática. Pregavam uma vida ascética e autárquica, ou seja, o individuo tem que viver por si e a partir de si, não dependendo de ninguém para realizar suas necessidades, nesse aspecto, o ideal de virtude para os cínicos seriam os cachorros.
Diferente dos cínicos, mas com os mesmos pressupostos, os cirenaicos pregam um modo de vista hedonista, ou seja, um modo de vida para a realização dos prazeres, no sentido que, uma vida prazerosa é indicativo de uma boa vida. 
Já a escola megárica, era uma mistura dos ensinamentos socráticos com os ensinamentos da escola eleatas. São discípulos de Euclides de Mégara, são conhecidos também como dialéticos, pois o foco de sua filosofia era a lógica e a dialética, são os primeiros a trabalhar com as proposições e predicados.
Posteriormente, as escolas megáricas e cirenaicas foram absorvidas pela peripatética e pelos epicuristas. 
Os estóicos surgem um pouco depois. Zenão de Cítio foi o fundador do estoicismo, foi discípulo de Crates de Tebas, um filosofo cínico. Na ética, o estoicismo parte da mesma premissa que o cinismo, "viver conforme a natureza", a diferença é que Zenão faz uma especulação filosófica sobre a natureza e sobre a relação da virtude ética, com o conhecimento da natureza e o que é a natureza. Assim, o estoicismo é característico por um caráter sistemático, em que a ética, a física e lógica (teoria do conhecimento), são intrinsecamente dependentes. 
Em contrapartida aos estoicos, existem os epicuristas. A escola epicurista foi fundada por Epicuro. Epicuro tinha influencia de Demócrito, sua física é influenciada por Demócrito, na medida em que, defendiam que a natureza era um corpo e formados por átomos, recaindo numa visão materialista do mundo. Além disso, defendiam uma ética hedonista (semelhante aos cirenaicos), em que ter uma boa vida é ter uma vida prazerosa guiada pela razão.
Já os céticos, tem Pirro de Elis como fundador da escola. Pirro teve contato com as filosofias de Demócrito e dos megáricos, além de ter tido contato com filosofias do oriente, como os gimnosofistas. O ceticismo antigo era marcado pela busca da ataraxia, por meio da suspensão do juízo, em que os argumentos são considerados somente como uma forma de persuasão. A ataraxia pode ser entendida como tranquilidade da alma. 
O foco do blog é o estoicismo, mas irei abordar essas outras correntes filosóficas citadas. Trarei resenhas de livros, alguns trechos traduzidos, além dos ensinamentos estoicos e sua relação com outras filosofias. tanto orientais como ocidentais.